AIDS: Como se chama em Portugal?

O Dezembro Vermelho é uma campanha Mundial para se falar da AIDS pelo mundo.

Porém, linguísticamente existe uma diferença entre Portugal e Brasil: enquanto no Brasil chamamos a doença pela sigla do nome em inglês, AIDS (Acquired ImmunoDeficiency Syndrome), em Portugal eles usam a sigla em português mesmo, SIDA (Síndrome da ImunoDeficiência Adquirida).


Dezembro Vermelho é uma campanha de conscientização e mobilização nacional no Brasil, instituída pela Lei nº 13.504/2017.

Tem como foco a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Objetivos do Dezembro Vermelho:

  1. Conscientização: Informar a população sobre formas de transmissão, prevenção e tratamento do HIV/AIDS e ISTs.
  2. Promoção da saúde: Incentivar o uso de preservativos e a realização de testes regulares para diagnóstico precoce.
  3. Redução do estigma e preconceito: Combater a discriminação e apoiar as pessoas vivendo com HIV/AIDS.
  4. Incentivo ao tratamento: Esclarecer que o tratamento é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode garantir uma vida saudável para as pessoas vivendo com HIV/AIDS.
O mês de dezembro foi escolhido devido ao Dia Mundial de Luta contra a AIDS, celebrado em 1º de dezembro, reforçando a importância de manter o tema em evidência durante todo o mês.

Brasil e suas Campanhas

O Brasil é reconhecido internacionalmente por suas campanhas de combate ao HIV/AIDS, que começaram a ganhar força na década de 1980 e continuam até hoje. Essas campanhas têm como objetivo prevenir a transmissão do HIV, promover o diagnóstico precoce, garantir o acesso ao tratamento e combater o estigma e a discriminação.

Principais Campanhas Brasileiras de Combate ao HIV/AIDS

  1. Uso de preservativos:

    • Desde os anos 1990, o Brasil tem realizado campanhas incentivando o uso de preservativos como principal forma de prevenção. Slogans como "Use sempre camisinha" e campanhas realizadas durante o Carnaval ganharam destaque.
    • O governo distribui preservativos gratuitamente em unidades de saúde e em eventos de grande público.
  2. "Viver com AIDS é possível, com preconceito não":

    • Essa campanha buscou combater o estigma em torno das pessoas vivendo com HIV/AIDS, promovendo aceitação e respeito.
  3. Foco na juventude e populações vulneráveis:

    • O Brasil adaptou suas campanhas para falar diretamente com públicos específicos, como jovens, homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo e pessoas que usam drogas.
  4. Incentivo à testagem:

    • Campanhas como "Fique sabendo" incentivam a realização do teste rápido de HIV e outras ISTs, disponível gratuitamente no SUS. A detecção precoce permite iniciar o tratamento rapidamente, aumentando a qualidade de vida.
  5. Prevenção combinada:

    • Mais recentemente, o Brasil incorporou o conceito de prevenção combinada, que inclui o uso de preservativos, testagem regular, tratamento para pessoas vivendo com HIV, e o uso da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e PEP (Profilaxia Pós-Exposição).

Dia Mundial de Luta Contra a AIDS

Desde 1988, o Brasil participa das ações do 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Nesse dia, campanhas de conscientização são reforçadas, eventos educativos são promovidos, e monumentos são iluminados de vermelho, em solidariedade às pessoas vivendo com HIV/AIDS.

Avanços Brasileiros

  • Distribuição gratuita de medicamentosDesde 1996, o Brasil fornece tratamento antirretroviral (ARV) gratuito pelo SUS. Essa política é considerada um exemplo global de combate à epidemia.
  • Educação sexual nas escolas: Embora enfrentando resistências, iniciativas de educação sexual buscam informar jovens sobre prevenção de ISTs e HIV/AIDS.
  • Campanhas digitais: Nos últimos anos, as redes sociais têm sido usadas para alcançar o público jovem com mensagens criativas e informativas.

Desafios Atuais

  • Aumento de infecções por ISTs entre jovens e populações vulneráveis.
  • Combate ao preconceito, que ainda é uma barreira para o diagnóstico e tratamento.
  • Atualização das campanhas para dialogar com as novas gerações.

O Brasil continua a ser referência em políticas públicas relacionadas ao HIV/AIDS, mas o sucesso dessas iniciativas depende de esforços constantes em educação, prevenção e enfrentamento do estigma.

Artistas que morreram

AIDS teve um impacto devastador na comunidade artística, especialmente nas décadas de 1980 e 1990, antes de avanços significativos no tratamento. Reparem os anos de suas mortes. Muitos artistas talentosos perderam suas vidas devido à doença. Aqui estão alguns nomes notáveis de diferentes áreas:

Música

  • Freddie Mercury (1946–1991): Vocalista icônico da banda Queen, conhecido por sua voz poderosa e presença de palco.
  • Cazuza (1958–1990): Cantor e compositor brasileiro, ex-vocalista da banda Barão Vermelho, famoso por suas letras poéticas e ousadas.
  • Renato Russo (1960–1996): Vocalista da banda Legião Urbana, um dos maiores nomes do rock brasileiro.
  • Klaus Nomi (1944–1983): Cantor de ópera e pop experimental, com estilo performático e visual único.
  • Liberace (1919–1987): Pianista e showman americano, símbolo de extravagância no entretenimento.

Cinema e Teatro

  • Rock Hudson (1925–1985): Ator de cinema e televisão americano, um dos primeiros grandes nomes de Hollywood a falecer de complicações relacionadas à AIDS.
  • Anthony Perkins (1932–1992): Ator americano mais conhecido por seu papel em Psicose.
  • Herbert de Souza "Betinho" (1935–1997): No Brasil, conhecido mais pelo ativismo do que pela arte, Betinho também é lembrado por sua luta contra o preconceito ligado à AIDS.
  • Cláudio Marzo (1940–2015): Embora tenha falecido por complicações respiratórias, seu diagnóstico com HIV foi revelado postumamente, mas não relacionado diretamente à causa de sua morte.
  • Lauro Corona (1957–1989): Ator famoso por novelas como Dancin’ Days e Baila Comigo, foi um dos primeiros artistas brasileiros a morrer de complicações relacionadas à AIDS.
  • Thales Pan Chacon (1956–1997): foi um renomado ator brasileiro que se destacou no teatro, cinema e televisão. Ele teve uma carreira brilhante e é lembrado por sua sensibilidade artística e talento. Infelizmente, sua trajetória foi interrompida por complicações relacionadas à AIDS.
  • Amanda Blake (1929–1989): Atriz americana conhecida por interpretar Miss Kitty na série Gunsmoke. Embora inicialmente sua morte tenha sido atribuída a um câncer, foi posteriormente revelado que complicações relacionadas ao HIV/AIDS contribuíram para sua morte.
  • Merritt Butrick (1959–1989): Atriz americana que trabalhou em séries como Star Trek e Square Pegs. Sua morte foi associada a complicações da AIDS.
  • Denholm Elliott (1922–1992): Embora fosse um ator, ele merece menção aqui pela relevância em seu tempo e pelo fato de algumas de suas colegas atrizes terem promovido o apoio a causas relacionadas à AIDS após sua morte.
  • Cláudia Magno (1958–1994): Atriz brasileira conhecida por seu trabalho em novelas como Corpo a Corpo e Fera Ferida. Cláudia faleceu em 1994, oficialmente por insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia, frequentemente associada à AIDS. Sua morte foi um choque, e na época houve especulações sobre a causa, mas nunca houve uma confirmação oficial de que estivesse relacionada ao HIV/AIDS.
  • Sandra Bréa (1952–2000): Atriz e modelo brasileira, famosa por papéis em novelas e filmes. Em 1993, Sandra revelou publicamente ser soropositiva, tornando-se uma das primeiras artistas brasileiras a falar abertamente sobre o HIV/AIDS. Embora tenha morrido de câncer de pulmão em 2000, sua convivência com o HIV foi amplamente discutida na mídia, ajudando a combater o preconceito.

Artes Visuais

  • Keith Haring (1958–1990): Artista plástico americano conhecido por suas obras de arte públicas e ativismo relacionado ao HIV/AIDS.
  • Robert Mapplethorpe (1946–1989): Fotógrafo americano, famoso por seus retratos e imagens provocativas.
  • Darcy Penteado (1926–1987): Pintor, desenhista e dramaturgo, foi um dos primeiros artistas brasileiros a falecer de complicações relacionadas à AIDS. Ele também foi ativista LGBTQIA+ e contribuiu para a visibilidade da causa.

Literatura

  • Reinaldo Arenas (1943–1990): Escritor cubano, autor de obras como Antes que Anoiteça, que relata sua experiência como homossexual sob o regime de Fidel Castro.
  • Caio Fernando Abreu (1948–1996): Escritor e dramaturgo, um dos grandes nomes da literatura brasileira contemporânea. Abreu abordou em suas obras temas como amor, solidão e morte, trazendo à tona discussões sobre o HIV/AIDS em sua escrita e entrevistas.
  • Hervé Guibert (1955–1991): Escritor e fotógrafo francês, autor de Ao Amigo que Não me Salvou a Vida, que descreve sua experiência pessoal com o HIV/AIDS.
  • Paul Monette (1945–1995): Poeta e escritor americano, conhecido por Borrowed Time: An AIDS Memoir, onde relata a luta contra a AIDS de seu parceiro e de si mesmo.
  • Isaac Asimov (1920–1992): Embora mais conhecido como escritor de ficção científica, contraiu HIV em uma transfusão de sangue em uma cirurgia cardíaca e faleceu devido a complicações relacionadas à AIDS.
  • Michel Foucault (1926–1984): Filósofo e historiador francês, autor de obras como Vigiar e Punir e A História da Sexualidade. Embora sua morte tenha ocorrido em decorrência de complicações relacionadas à AIDS, a doença não foi amplamente discutida na época. Seu trabalho sobre poder, controle e sexualidade é considerado uma referência até hoje.
  • David Wojnarowicz (1954–1992): Embora conhecido principalmente como artista visual e escritor, Wojnarowicz também foi um crítico social que refletiu intensamente sobre política, sexualidade e a crise da AIDS em suas obras. Seu ativismo trouxe questões éticas e políticas para o debate cultural.
  • Simon Nkoli (1957–1998): Ativista sul-africano pelos direitos LGBTQIA+ e contra o apartheid, que, embora não fosse filósofo formal, influenciou o pensamento político e social em seu país.

Dança

  • Jorge Lafond (1952–2003): Famoso por sua personagem Vera Verão, Lafond enfrentou preconceitos e desafios como artista LGBTQIA+ no Brasil. Sua morte está relacionada a problemas cardíacos, mas também era soropositivo.
Essas perdas marcaram profundamente suas respectivas áreas artísticas, mas muitos desses artistas deixaram legados duradouros, contribuindo para a conscientização e combate ao preconceito em relação ao HIV/AIDS.

Comentários